E pensar que tudo era apenas ilusão
como aquela luminosidade tardia
no fim de um dia que se vai
em um quarto que se recusa anoitecer
Há dias, como hoje
em que imagino a realidade como um borrão
mas mesmo assim percebo que continuo voltando
ao que agora chamo tão somente de ilusão
talvez porque ela sempre a me oferecer
uma versão de mim que não consigo ser
E se tudo for apenas ilusão
de que adianta essa ardência no peito
como se a memória quisesse voltar
ao instante vivo das coisas mortas
a soma do que me cabe na palma da mão
para que o mundo não me escape de novo
Há nisso tudo uma gostosa ternura
na maneira como prosseguimos insistindo
no desejo de que não sonhamos sozinhos
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Autor:
joaquim cesario de mello (
Offline) - Publicado: 1 de dezembro de 2025 07:30
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
- Usuários favoritos deste poema: LidyaMorgan

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