As aventuras de Rô

Rosangela Rodrigues de Oliveira

Rô quando era bebezinha era muito esperta. Começou a dar seus primeiros passos aos 9 meses de idade, parecia um fiapinho andando. Quando era maior um pouquinho foi para o prezinho e dava bundada em outros bebês pra saírem da cadeirinha dela. Passou um tempo Começou a ficar nervosa e brigava com sua avó, que dizia: - Um dia você me paga. Não fala peste e ela falava peste, a Vó dizia a peste vai grudar no teto. E Rô falava, peste, peste, peste, peste... Foi ficando mocinha e a Vó colocava ela pra lavar louças e as tias falavam, vai virar uma empregada e ela ficava nervosa. Um dia Rô foi lavar umas louças e colocou na bacia, quando ela foi pegar escorregou de suas mãos e caiu tudo no chão e quebrou todos os pratos e a Vó ficou mais brava ainda. Tudo foi revoltando Rô,  ela estava se sentindo um lixo, o cabelo começou a virar um topete negro. E ela começou a usar roupas pretas. Tudo preto e sentia muito frio. O tempo passou e Rô ficava concentrada em seu mundo, começou a trabalhar e escutava suas músicas no okiman para não escutar as reclamações de sua avó. No decurso do tempo de trabalho começou a desafiar  seu chefe e brincava com sua Arminha douradinha. - Vou dar um tiro na sua cabeça.  Não morreu e dava risada. E seu chefe dizia não é assim não e se tivesse uma bala no cano da arma? E Rô começou a ficar com medo. Conheceu alguns amigos do seu patrão um deles guardava a arma dentro da estante. Rô fazia limpeza em seu escritório com gosto e se assustou com a arma que estava guardada pois pensou que era um carrinho. E assim foi a vida de Rô cheia de altos e baixo.

 

Rosangela Rodrigues de Oliveira 

Comentários +

Comentários4

  • Nelson de Medeiros

    Ave, menina! Beleza de conto. 1 ab

  • MAYK52

    Gostei desta história da RÔ. Muito bonita e realista.

    Parabéns!

    Beijinhos e bom fim de semana!

  • Arthur Santos

    Menina estranha essa Rô 🙂
    História bem contada!

  • Sezar Kosta

    Rosangela, Rô é um ponto de interrogação. A peste é a primeira forma de resistência.

    Quando ela se sentiu um lixo, o cabelo virou o topete negro. O preto não é luto, é a cor da essência que se recusa a ser lavada como louça. O okiman é a única forma de sobreviver ao ruído do mundo. Ela não está brigando com a avó; está brigando para ser. É nos altos e baixos que a alma, enfim, se encontra. Parabéns por dar voz a essa rebeldia nua.

    • Rosangela Rodrigues de Oliveira

      Kkkkkk foram momentos inesquecíveis que eu tenho orgulho em contar. Só quem viveu sabe dar valor a família de verdade não de mentira. Abraços poéticos.



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