Monólogos

Victor Gomes Soares de Barros

Insegurança

Os medos alimentados por você são os piores

Pois, por meio deles, os vazios começam a ficar maiores

Aos poucos, me imagino no mais terrível cenário

Medo

Por que me faz pensar que uma alegria passageira

Pode se transformar em uma tristeza para a vida inteira?

Transformando meu coração tão feliz em um velho viajante solitário

 

Promessas

Trazem consigo uma forte carga de obrigação

Como se o sofrimento não fosse opção

Põem um sorriso torto e doloroso no meu rosto, e finjo nada sentir

Lamento

Fazem perceber que cada palavra tem uma consequência

E que o silêncio produz um grito atemorizante na consciência

Pesadelo vestindo uma linda fantasia quando vou dormir

 

Solidão

Esmaga tão indelicada mente que até causa revolta

Afinal, nem tudo que vai volta

Fazem pensar que, de me amar, ninguém é capaz

Paranoias

São as responsáveis por eu confundir coisas reais com intangíveis

Que convertem meus receios em monstros tão visíveis 

Levando embora minha escassa e efêmera paz

 

Raiva

Tão contagiosa e tão letal até nas menores quantidades

Quando me consome, me corrói sem a menor piedade

E, no fim, desmorono, viro mera ruína

Vergonha

Manipula-me para que eu me torne meu pior inimigo

Bloqueia meus movimentos e silencia tudo o que digo

Qual a próxima censura que maquina?

 

Vida

Vejo injustiça, vejo morte; tudo isso me adoece

Dor, tristeza, luta, lágrimas; só isso que me oferece?

Exijo não um medíocre placebo, mas um poderoso remédio, sem falta!

Esperança

Por que seu verde está menos verde do que costuma ser?

Será que, um dia, vou superar tudo isso e, tranquilamente, viver?

Pois não quero um capítulo da minha vida que não possa ser lido em voz alta



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