Insegurança
Os medos alimentados por você são os piores
Pois, por meio deles, os vazios começam a ficar maiores
Aos poucos, me imagino no mais terrível cenário
Medo
Por que me faz pensar que uma alegria passageira
Pode se transformar em uma tristeza para a vida inteira?
Transformando meu coração tão feliz em um velho viajante solitário
Promessas
Trazem consigo uma forte carga de obrigação
Como se o sofrimento não fosse opção
Põem um sorriso torto e doloroso no meu rosto, e finjo nada sentir
Lamento
Fazem perceber que cada palavra tem uma consequência
E que o silêncio produz um grito atemorizante na consciência
Pesadelo vestindo uma linda fantasia quando vou dormir
Solidão
Esmaga tão indelicada mente que até causa revolta
Afinal, nem tudo que vai volta
Fazem pensar que, de me amar, ninguém é capaz
Paranoias
São as responsáveis por eu confundir coisas reais com intangíveis
Que convertem meus receios em monstros tão visíveis
Levando embora minha escassa e efêmera paz
Raiva
Tão contagiosa e tão letal até nas menores quantidades
Quando me consome, me corrói sem a menor piedade
E, no fim, desmorono, viro mera ruína
Vergonha
Manipula-me para que eu me torne meu pior inimigo
Bloqueia meus movimentos e silencia tudo o que digo
Qual a próxima censura que maquina?
Vida
Vejo injustiça, vejo morte; tudo isso me adoece
Dor, tristeza, luta, lágrimas; só isso que me oferece?
Exijo não um medíocre placebo, mas um poderoso remédio, sem falta!
Esperança
Por que seu verde está menos verde do que costuma ser?
Será que, um dia, vou superar tudo isso e, tranquilamente, viver?
Pois não quero um capítulo da minha vida que não possa ser lido em voz alta