Não é só um tipo de dor.
Não é só uma história.
É um eco que se repete
nas esquinas do mundo inteiro,
um pedido de socorro que poucos querem ouvir.
Há crianças que apanham do silêncio,
quando a casa vira campo minado
e cada passo pode explodir em gritos.
Há as que sofrem no corpo,
marcadas por mãos que deveriam amar,
mas aprenderam a ferir.
Há as que carregam feridas invisíveis,
dores que não deixam marca na pele,
mas dilaceram por dentro
quando a palavra vira arma.
Há quem cresça no abandono,
não porque escolheu,
mas porque ninguém ficou.
Porque o prato veio vazio,
o abraço nunca veio,
e o cuidado virou promessa quebrada.
Há quem seja explorado,
vendido, usado,
tratado como objeto
quando deveria ser só criança
brincando sem medo.
Há quem trabalhe cedo demais,
com as mãos pequenas segurando o peso
que adultos recusaram carregar.
Há quem viva terror digital,
onde o perigo se esconde atrás de telas brilhantes
e confianças roubadas.
Há quem assista à violência,
mesmo sem ser o alvo.
E aprenda cedo demais
que o mundo pode ser cruel
com quem deveria proteger.
Mas o mais assustador
não é o grito sufocado da criança.
É o silêncio confortável
dos que fingem não ver.
Porque o abuso não acontece só no ato:
acontece quando ninguém pergunta,
quando ninguém denuncia,
quando ninguém acredita,
quando ninguém estende a mão.
E é por isso que este poema existe
não para contar uma dor,
mas para lembrar que ela existe
em muitos rostos,
em muitas casas,
em muitos mundos.
A infância pede socorro todos os dias.
A pergunta é:
quantos de nós
estão dispostos
a finalmente
ouvir?
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Autor:
Max (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 26 de novembro de 2025 15:25
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
- Usuários favoritos deste poema: volcanicsunggie, Nelson de Medeiros

Offline)
Comentários1
Ave, poeta! Cinco ***** pra ti. 1 ab
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