Errei o salmo, acertei a ferida.
Ser como um cântico, supus a minha vida.
Foi menos que o primeiro.
Foi mais como um vespeiro.
Atrás de um marimbondo,
expiado como um sonho repetido,
saí do zero e, nos cento e oitenta,
era tudo o mais do mesmo,
e eu fiquei por ali mesmo
- ali, onde era o fim, sendo também início
do objetivo-vôo rumo ao precípicio.
E lá, do cimo, que era também cume
de uma natureza, que era também templo,
fez-se a face terrena do meu santuário: o centro.
Compus uma ode, que era também chorume;
cavei uma cova, que era também berçário.
Vi que a piedade era também calvário.
Eu entendi a cruz quando senti o seu peso
- muito menor que a Cruz, muito menor que o Peso.
Eu subi o monte carregando a rocha.
E lá de baixo, antes de subir de novo,
vi a Liberdade como potência, viva,
a quebrar a fina casca e nascer do seu ovo.
Deise Zandoná Flores
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- Autor: Deise Zandoná Flores (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 1 de setembro de 2020 10:03
- Comentário do autor sobre o poema: Este poema integra o livro: APOLO - O NASCIMENTO DO ESPÍRITO Disponível nas versões impressa e e-book. Adquira o seu no Clube de Autores: https://clubedeautores.com.br/livro/apolo Ou na Amazon: https://www.amazon.com.br/Apolo-Deise-Zandon%C3%A1-Flores/dp/6500020782/ref=mp_s_a_1_4?dchild=1&keywords=deise+zandon%C3%A1+flores&qid=1592924530&sprefix=deise+za&sr=8-
- Categoria: Não classificado
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