Eu inicio o ato de ler o livro;
no entanto, o aroma do café fresco constitui a frase inaugural.
A página se esforça para cativar minha atenção,
mas o vapor sobe gradualmente,
narrando uma história que se limita exclusivamente às horas da manhã.
Eu tomo um gole —
é como ter virado inadvertidamente para uma página incorreta
e perceber que ela possui ideias sobre meu ser
que superam minha própria autoconsciência.
A narrativa persiste em sua existência estática,
aguardando meu engajamento,
mas o café...
ah, o café interpreta minha essência primeiro:
analisando minha urgência,
acentuando minha reticência
e inscrevendo nas margens imperceptíveis
tudo o que permanece desarticulado.
Em última análise,
não tenho certeza se concluí a narrativa
ou talvez tenha sido o café.
O que permanece evidente
é que ambos os elementos persistem dentro de mim
até certo ponto.
21 nov 2025 (15:41)
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Autor:
Melancolia... (
Offline) - Publicado: 21 de novembro de 2025 14:41
- Comentário do autor sobre o poema: Minha contribuição no Mesclado Giovana Aparecida...Grato pelo convite.
- Categoria: Ocasião especial
- Visualizações: 12
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Offline)
Comentários3
Gostei. Fugiu ao teu estilo mas foi uma valiosa contribuição a tua!Parabéns!
Bom dia Maria....
Creio que estou migrando mesmo para essa nova etapa...
Mas bom que gostou.
Gratidão pela leitura e comentário.
A gente sempre está em constante mudança,voluntária ou não. Mas,nunca deixe aquele outro poeta que vive em você ser esquecido. Váriar é preciso e às vezes é até necessário. Mas, cultive esses dois dons...( Agora eu soei como um sino!!) Um abraço poético.
Bom conversar com pessoas que nos elevam ao máximo...Irei tentar manter os dois vivos...Mas sempre um lado se esmorece...
O que irá ser mais alimentado é o que sobreviverá...
Obrigado pelo grande conselho e carinho...
Tirei o meu chapéu...
Abraços poéticos.
Parabéns poeta. Boa madrugada.
Bom dia Darling.
Se acordou cedo em...
E ainda mais leu o poema...
Gratidão a ti.
Imagina.
Bom final de Semana.
Abraços poéticos.
Grato.
Sim a poesia bebe-se.
Uma poetisa portuguesa, Natália Correia (1923/1923) disse no seu poema A DEFESA DO POETA que a poesia é para comer...
Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever
Ó subalimentados do sonho!
a poesia é para comer.
https://aviagemdosargonautas.net/2011/11/10/um-cafe-na-internet-a-defesa-do-poeta-por-natalia-correia/
A imagem de Natália Correia — “Ó subalimentados do sonho! a poesia é para comer” — é ao mesmo tempo provocadora e absolutamente viva. Não é uma poesia distante, para se contemplar só com os olhos, mas um alimento essencial, algo que nutre a alma faminta.
Quando ela diz que a poesia é para comer, ela sugere que a poesia tem uma função física, quase visceral: é sustento para os sonhos, para a imaginação, para aquilo que nos falta no cotidiano. Os “subalimentados do sonho” são os que não receberam ainda esse alimento poético, os que estão desnutridos de sensibilidade, de utopia ou de liberdade. Há nesse verso uma denúncia — uma crítica àqueles que ignoram a poesia —, mas também um convite generoso: provem, alimentem-se dela.
Gratidão pela leitura e link...
Obrigado.
Excelente análise Melancolia.
Gostei!
Seguimos tomando um drink amigo.....
Abraços.
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