Se o veludo denso cede à mão que o busca,
Revela-se o altar onde a graça reside.
A alvura da pele, onde a sombra caduca,
É tela de mármore que o tato convide.
A blusa em rendas, que o fervor ofusca,
É ponte sutil onde o gozo se anide.
Em cada poro, a chama que não se esgota,
No aroma do corpo, a ambrosia devota.
Da boca sedenta, o beijo que cala,
É selo divino em pacto de instante,
Onde a língua investiga, em febril palestra,
A essência do afeto mais penetrante.
O seio liberto, que a vista exala,
É duplo orbe cálido, turgente, pulsante,
Cujo ápice rubro, em sutil simetria,
Clama a reverência da boca que o guia.
Que os laços se rendam, e o tecido se desfaça,
Para que o ardor da volúpia se faça lei.
Na cópula mística, onde a carne se traça,
O gemido é o hino que a paixão elegeu.
Onde o corpo ao corpo, em febril graciosia,
Atinge o paroxismo que a alma bebeu.
Pois todo deleite é efêmero e ardente,
Um êxtase erudito, divino e latente.
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Autor:
Versos Discretos (
Offline) - Publicado: 19 de novembro de 2025 07:58
- Categoria: Erótico
- Visualizações: 6

Offline)
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