Sou minha casa

Vênus Não Terra

E hoje ela escreve —

porque quando escreve, a voz dela não treme,

se expande.

E alguém a escuta.

Até ela mesma.

 

Eu bato um retrato.

Flash.

Congelo o instante.

Guardo como quem salva um tesouro

que não quer perder de novo.

 

E quando o mundo tentar me roubar de mim,

eu volto lá.

Eu volto naquele segundo em que entendi —

naquele segundo em que respirei fundo

e me reconheci.

 

Porque é disso que eu falo

quando escrevo:

do momento em que a alma desfaz os nós,

em que o peito não pede licença,

em que tudo que estava preso

finalmente se solta.

 

Escrevo sobre libertar.

Escrevo para lembrar.

Escrevo porque sou minha casa.

E toda vez que me perco,

é aqui que eu volto.

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de novembro de 2025 01:21
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 5
Comentários +

Comentários1

  • Antonio Olivio

    Bravo!!!
    Em nós está a nossa casa!

    Belo poema, Vênus!!!



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