Enfermaria

Antonio Olivio

 

Ao lado um sofrimento 

Dito em lamurias 

Um respirar de angústia 

Sorve o ar carregado

"Fala meu amor" 

Diz uma voz doce 

Vinda de dentro de consultório,

com a porta aberta.

Uma maca Vôa pelo corredor 

Conduzida por socorristas

Um rosto machucado que sangra 

em meio a dores outras 

De todos os tipos 

Para umas , morfina

Para outras, anestesia 

Para a maioria delas 

O necessário é companhia 

Aperto de mão contra mão 

Abraço e afago de coração

Enfileirados , braços entregues a agulhas soriferas 

Aguardando o tempo da cura

E este tempo é mais 

Do que relógio girando

É espaço de de ver o outro

Com os olhos puros 

Que somos feitos da mesma fragilidade.

Não me lembro mais 

Do que me trouxe aqui 

Mas sei que posso andar bem

Tive forças para segurar 

Um homem que caia ao meu lado

" algum médico aqui' 

Grito para ser socorrido 

Eu e o homem 

e sei que ele deve ter tido

mal súbito ou agravos 

Eu, já nao sei porque 

deveria ser atendido. 

Ficarei aqui 

por mais algum tempo

Até talvez que eu entenda 

o doença que eu tenho

Garganta, febre , dor de cabeça 

Alguma tonteira ou coisa 

Que o valha 

Para a minha arrogância 

Para minha antipatia 

Já estou medicado 

Com sinais de melhora...

 

 

Antonio Olivio

  • Autor: Antonio Olivio (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de novembro de 2025 15:06
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


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