Ao lado um sofrimento
Dito em lamurias
Um respirar de angústia
Sorve o ar carregado
\"Fala meu amor\"
Diz uma voz doce
Vinda de dentro de consultório,
com a porta aberta.
Uma maca Vôa pelo corredor
Conduzida por socorristas
Um rosto machucado que sangra
em meio a dores outras
De todos os tipos
Para umas , morfina
Para outras, anestesia
Para a maioria delas
O necessário é companhia
Aperto de mão contra mão
Abraço e afago de coração
Enfileirados , braços entregues a agulhas soriferas
Aguardando o tempo da cura
E este tempo é mais
Do que relógio girando
É espaço de de ver o outro
Com os olhos puros
Que somos feitos da mesma fragilidade.
Não me lembro mais
Do que me trouxe aqui
Mas sei que posso andar bem
Tive forças para segurar
Um homem que caia ao meu lado
\" algum médico aqui\'
Grito para ser socorrido
Eu e o homem
e sei que ele deve ter tido
mal súbito ou agravos
Eu, já nao sei porque
deveria ser atendido.
Ficarei aqui
por mais algum tempo
Até talvez que eu entenda
o doença que eu tenho
Garganta, febre , dor de cabeça
Alguma tonteira ou coisa
Que o valha
Para a minha arrogância
Para minha antipatia
Já estou medicado
Com sinais de melhora...
Antonio Olivio