Hoje,
Quero beber até me sentir
Completamente sóbrio.
Cair na sarjeta
- Da lucidez!
Gritar, cantar...
Expor minha timidez!
Hoje, afinal,
Desejo todo o mal
Que possa sorver;
Todo bem
Capaz de subverter...
Hoje será um único dia real!...
Milímetro que se consegue
Ter-se inteiro e total
- Em tantos megaparsecs!...
Hoje exporei
Meu desejo de ser rei.
Hoje jurei
Não esconder
Minha ânsia de poder;
Vou confessar
O medo de lutar,
Vou entender
O medo de perder...
Lançar-lhes-ei ao rosto
Toda a inveja,
Todo o desgosto
Da minha velha covardia;
Da oportunística filosofia
Do egoísmo, da prepotência;
Dos meus negócios com a consciência!...
Autocomiserávelmente,
Entender-me-ei nas derrotas,
Concedendo-me novas portas
A provar
Ser o melhor,
Apesar...
Hoje estarei vivo.
Serei primitivo,
Serei a verdade,
Serei crueldade,
Tudo que quiser!...
Mesmo não queira...
Serei uma ilha.
Serei Pangéia.
A maravilha
Da alcatéia...
Em qualquer antro
Serei um santo,
Serei José
De Arimatéia...
Um ser humilde,
Um viver sofrente,
Meu próprio Deus
- E me farei gente!
E me sentirei
Apenas bom e real,
E poderei, afinal,
Ser livremente mau...
-
Autor:
G. Mirabeau (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 12 de novembro de 2025 14:35
- Comentário do autor sobre o poema: Autoconhecimento
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
- Usuários favoritos deste poema: Arthur Santos

Offline)
Comentários1
Destaco a originalidade do tema.
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