ENVELHECIMENTO
Minhas mãos estão trêmulas e enrugadas
Porque o tempo me fez assim
As minhas pernas indecisas não alcançam mais todas estradas
E incontidas rugas são que ficaram em mim.
Olhos que ao longe não vão mais
E o mundo seu eco
Não está em meus ouvidos
o meu corpo a outro corpo não satisfaz
Pois a dor se revela agora em meus gemidos
Guardo e carrego no depósito da memória
Aquilo que em
Mim não mais se vê
Porque por fora apagou-se a história
Mesmo que por dentro ela esteja
E que ninguém queira saber.
De tal modo, que sou carne machucada
Sou espírito tirado o contentamento
Sou a alma caminhante de uma estrada
E um corpo velho só com a sobrepeliz revestindo o sentimento.
Não me dão nada
E não sirvo para nada também
Nem as leis me dão uma palavra sonhada
Se não me coloca nos seus artigos
Também não me faz o bem.
Não percebem que ainda guardo sentimento
E que ainda carrego a humana sabedoria
Mas a dor do envelhecimento
Tirou-me a humana carne
Porém não me tirou a poesia.
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Autor:
Carlos (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 11 de novembro de 2025 09:28
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5

Offline)
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