Primavera Cinza

Dominick de Sant'Ana

És aqui neste escritório, n'manhã cinza de primavera sem flores,
que me ponho à reflexão do dia.
Penso, com certo ritmo matutino,
enquanto sinto o vento a bater-me na cabeça e esfriar-me os sentidos.

No papel e no lápis, cá estou,
a rabiscar devaneios inúteis,
a escrever prosas que ninguém lê,
a confessar-me à dama alguma,
e beber do vinho, para ter o gosto de estar vivo.

Esta é minha reflexão:
confissão do que basta e do que não basta,
do suficiente ao insuficiente,
do tormentoso alvorecer cinza d'primavera,
à confissão da rotina de doloso crime homicida,
pois, matei-me nesta triste rotina.

  • Autor: Dominick de Sant\'Ana (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de novembro de 2025 23:35
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 13


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