A Arte de Ver Claro

Jairo Muitonegro

 
No turbilhão dos dias, no emaranhado da voz, 
 
Um emaranhado de ecos se faz entre nós. 
 
Há mundos de cores, de brilhos e sons, 
 
E a alma anseia por ter direções.

 
 
Mas como distinguir o ouro da ilusão? 
 
A fala sincera da vã distração? 
 
O coração precisa, a mente requer, 
 
A calma e a agudeza para bem perceber.

 
 
Cultivar o discernir é regar o pensar, 
 
Saber que nem tudo que brilha é o mar. 
 
É ir além da face, do gesto aparente, 
 
E buscar a verdade no que a alma sente.

 
 
É ler nas entrelinhas, ouvir o silêncio, 
 
Filtrar o ruído, que esconde o essencial. 
 
Desvendar a intenção por trás de cada senso, 
 
E assim evitar o engano fatal.

 
 
Podar a pressa, o medo que cega, 
 
A raiva que embaça, a luz que nos nega. 
 
Abrir a janela da vasta razão, 
 
Para a voz da consciência, uma clara canção.

 
 
Pois o homem em sua jornada, precisa guiar, 
 
Distinguir o que edifica do que vem a minar. 
 
Entre o sim e o não, a ponte e o abismo, 
 
Está a bússola interna, o nosso batismo.

 
 
Assim, desvendamos véus, ilusões desfazemos, 
 
E pelas veredas certas, mais firmes crescemos. 
 
É força branda e sábia, um dom a aprimorar, 
 
Para que em cada passo, saibamos andar.
  • Autor: Jairo Muitonegro (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de novembro de 2025 12:00
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 3


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