Entre revisões

Antonio Luiz

cansado de olhar certo, coisas erradas

relaxei num olhar torto para as certas

 

ali, achei beleza em  margem  borrada

e respirei um frescor de infância livre

em palavras que não  cabiam  na  linha

saltitando levadas por  um  catavento

 

ah, é que o erro é feito uma flor miúda

um despropósito que põe cor  no  mato

e a precisão é somente um jeito tímido

de o homem pedir desculpas  ao  vento

 

recolhi todo o tamanho do meu passo

deixei o ponto enamorar-se da vírgula

e dividi com eles o som dos parafusos

o doce cântico de versos de ferrugem

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 07/11/25 –

  • Autor: Antonio Luiz (Offline Offline)
  • Publicado: 7 de novembro de 2025 13:35
  • Comentário do autor sobre o poema: Esse poema surgiu, de fato, entre os processos de revisão de dois artigos científicos. É um breve transitar entre o rigor da ciência e o voo da imaginação.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5
  • Usuários favoritos deste poema: Arthur Santos
Comentários +

Comentários1

  • Arthur Santos

    E a imaginação voou mesmo no nascimento deste poema!



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