Antonio Luiz

Entre revisões

cansado de olhar certo, coisas erradas

relaxei num olhar torto para as certas

 

ali, achei beleza em  margem  borrada

e respirei um frescor de infância livre

em palavras que não  cabiam  na  linha

saltitando levadas por  um  catavento

 

ah, é que o erro é feito uma flor miúda

um despropósito que põe cor  no  mato

e a precisão é somente um jeito tímido

de o homem pedir desculpas  ao  vento

 

recolhi todo o tamanho do meu passo

deixei o ponto enamorar-se da vírgula

e dividi com eles o som dos parafusos

o doce cântico de versos de ferrugem

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 07/11/25 –