Exploração

Oréon

 

Desde muito cedo

Fui sempre roceiro

Com o peso da enxada na mão

A caneta caía, dada minha condição

 

Do norte ao sul

Do Brasil vi todo o azul

Mas o peso na mão

Me fazia ir na outra direção

 

Dos livros, só sei os nomes

Das contas, só sei os dedos

Pra que ensinar a multiplicar

Se o salário tende a abaixar?

 

Bota pedra, bota cimento

Sobe o condomínio e cai no esquecimento

Do que adianta o bonito jargão

Se nas escolas só repetem esse refrão

 

E nessas fórmulas prontas

Que o quadro da sala aponta

O nosso mundo conta

Que para entendê-las

É preciso vivê-las

  • Autor: Oréon (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 6 de novembro de 2025 19:59
  • Categoria: Sociopolítico
  • Visualizações: 3
Comentários +

Comentários1

  • Arthur Santos

    Uma construção poética muito inteligente.

    • Oréon

      Obrigado



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.