quando era mais nova
a minha cegonha me perguntava
se eu ainda me lembrava
de quando caí do céu
eu dizia que sim,
minha cegonha partiu
e eu ainda me pergunto
se o céu acolhe o que a terra não soube guardar
ou se apenas ecoa o que ficou entre nós
às vezes penso ouvir seu riso
misturado ao som das coisas que vivem
como se o tempo não tivesse levado tudo
há dias em que a ausência se espalha devagar
como neblina dentro do peito
e tudo o que resta é o silêncio,
esse lugar onde ela ainda existe
porque o amor, quando não cabe mais no mundo,
se disfarça de lembrança,
e continua aqui.
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Autor:
utopia (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 4 de novembro de 2025 00:16
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 13
- Usuários favoritos deste poema: SaseumiH, Arthur Santos

Offline)
Comentários1
A minha cegonha ainda se lembra de mim... mas já partiu 🙁
Bela imagem poética, poetisa Giovana
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