quando era mais nova
a minha cegonha me perguntava
se eu ainda me lembrava
de quando caí do céu
eu dizia que sim,
minha cegonha partiu
e eu ainda me pergunto
se o céu acolhe o que a terra não soube guardar
ou se apenas ecoa o que ficou entre nós
às vezes penso ouvir seu riso
misturado ao som das coisas que vivem
como se o tempo não tivesse levado tudo
há dias em que a ausência se espalha devagar
como neblina dentro do peito
e tudo o que resta é o silêncio,
esse lugar onde ela ainda existe
porque o amor, quando não cabe mais no mundo,
se disfarça de lembrança,
e continua aqui.
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Autor:
utopia (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 4 de novembro de 2025 00:16
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 39
- Usuários favoritos deste poema: SaseumiH, Arthur Santos, SADE

Offline)
Comentários1
A minha cegonha ainda se lembra de mim... mas já partiu 🙁
Bela imagem poética, poetisa Giovana
As nossas cegonhas, querido Arthur nunca se esquecem de nós.
Elas permanecem mais vivas do que em plano terrestre, em vossos corações.
Obrigada pelo seu comentário ??
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