o que nasce no escuro do meu pensamento
quando o corpo respira mais do que fala...
veria que o desejo não é o toque,
é o intervalo entre o toque e o quase.
há uma vertigem em imaginar o que tu imaginas,
o instante em que a pele do pensamento se dobra
e o espírito se despe, não de roupa,
mas da moral que o impede de sentir.
se o outro pudesse ouvir o que o outro cala,
o mundo seria um espelho quebrado em carne,
cada estilhaço refletindo um segredo,
um grito contido, uma fome antiga.
porque o amor, em sua forma mais impura,
é apenas a arte de desejar o desejo alheio…
a oferenda de existir dentro do que o outro imagina
quando pensa que ninguém o vê.
e eu te vejo.
não com os olhos,
mas com a nudez que só o pensamento permite.
-
Autor:
Monet Carmo (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 3 de novembro de 2025 22:05
- Comentário do autor sobre o poema: Esse poema fala sobre o desejo que vive no pensamento… sobre a arte de imaginar o que o outro sente, sem precisar tocar. É uma reflexão sobre o íntimo que não se mostra, mas se percebe… sobre o erotismo que nasce no silêncio e na curiosidade de habitar o imaginário do outro.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
- Usuários favoritos deste poema: Arthur Santos

Offline)
Comentários1
Será o segundo poema do laboratório? 🙂 (Brincadeira)
é o intervalo entre o toque e o quase... Excelente imagem poética.
Gosto!
Sim...
Essa e a página 2... hahah
Continua 🙂
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.