O despertador grita, o sol nem acordou,
ele já veste o corpo com sono e dor nas costas.
A rua o engole, o ônibus range,
e o dia começa sem pedir licença.
Na escola, o quadro branco e cinza,
a cabeça pesa mais que a mochila.
Entre fórmulas, tarefas e metas,
ele sonha mas sonhar custa caro.
Depois, o curso. O relógio zombando.
As pálpebras quase fecham de tanto querer descanso.
Os colegas riem, a mente voa,
mas o corpo segue automático, firme, cansado.
Chega em casa às vinte e três,
com o peito cheio de silêncio e vontade de sumir.
Os pais trovões na sala,
acusam tempestades que ele nunca causou.
“Você não faz nada direito!”
dizem, sem ver o quanto ele tenta.
Mas ele cala. Engole o grito.
Porque amar também é aguentar, às vezes.
E quando a casa dorme, ele respira.
Olha pro teto e pensa:
“Será que um dia vão enxergar
que o meu esforço também é amor?”
No escuro, o menino sonha.
Não com fama, nem com ouro.
Mas com um “tudo bem, filho”
dito sem raiva, dito com orgulho.
-
Autor:
Anonimo0 (
Offline) - Publicado: 3 de novembro de 2025 13:33
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 15
- Usuários favoritos deste poema: Arthur Santos, Sabrina Karolayne da Silva, Nya

Offline)
Comentários2
Belo poema.
obg irmão!
Que poema mais lindo adorei vc colocando eu lírico em terceira pessoa
obrigado sabrina pelo comentario!!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.