Será heresia da alma, um desvio da Razão,
Ansiar por ti, conceber tua figura em lume?
A auto-imersão, a febre, a plena combustão,
Perquirindo a si em ritos de volúpia e sumo,
Até o Êxtase Quase-Númeno romper a tensão.
Será afronta ao Logos supor que são meus beijos,
Os arquitetos da tua volúpia, a causa primária?
Passando etéreos sobre teus lábios, plenos de desejos,
Rondando a curva proeminente, a flor da epidermeária,
Evoluindo a sinfonia de Gemidos Quase-Aristotélicos?
Será vício da Vontade este anseio voraz e tonto,
Esta sede insaciável de tua physis e de todo o teu pathos?
O ímpeto insone de ir a ti, de romper este ponto,
De desatar as correntes de teus apetites mais caros,
Neste Cosmos Imperfeito, onde o excesso se faz conto.
Vã é a culpa, pois a carne celebra o instante,
Saboreias, só(f)rega, teu clímax, o fruto de agora.
Mas o Cronos desta distância é cruel e inconstante,
Que a Ananke nos una, que a espera enfim se esmague e morra,
Pois tua presença, epifania prometida, calará para sempre a minha libido incessante.
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Autor:
Versos Discretos (
Offline) - Publicado: 31 de outubro de 2025 12:04
- Categoria: Erótico
- Visualizações: 31
- Usuários favoritos deste poema: Arthur Santos, Aira Lirien

Offline)
Comentários3
Muito bom mesmo, poeta!
Abraços!
Obrigado amigo.
Muito bom poema.
Obrigado amigo
Rapaz, esse poema despertou em mim a coragem de ir atrás do que pode ser meu!
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