Alvenaria da Vida

Alvenaria da Vida

Claudio Gia
Macau/RN, 27 de outubro de 2025

Antes do concreto, veio o suor no chão,
A geometria rude de cada fundação.
O servente,mestre em carregar o fardo,
É o primeiro elo,é o alicerce do bardo.

O pedreiro, poeta da régua e do prumo,
Escreve versos retos no eterno devir.
Sua trova é a parede,seu sonho é o mundo,
Erguendo com honra o que vai se construir.

O carpinteiro, com seu machado e esquadria,
Desenha o esqueleto,a proteção futura.
A madeira ganha vida,forma e magia,
Sob o olhar atento que vence a altura.

O eletricista, artífice da energia,
Tece rios de luz pela estrutura crua.
Leva a força e o pulso que a casa guia,
Acentuando a sombra,clareando a rua.

O pintor chega por fim, com suas cores,
É a metáfora viva,o último afago.
Cobertura da história,de tantos ardores,
Dando cor ao cansaço,fechando o trabalho.

E assim se constrói, tijolo após tijolo,
Com suor por argamassa,dignidade por prumo.
Não é só cimento,ferro, areia e linha,
É a Alvenaria da Vida,que nos desafia.
É o Brasil que se ergue,todos os dias, na obra mais fina.