As ideias dormem no alto da mente,
mas a escada, hoje, está quebrada.
A caneta espera… paciente,
num papel de alma apagada.
O vento já trouxe tantas canções,
mas agora só sopra ausente.
E eu fico aqui, colhendo nadas,
tentando dar flor ao que não sente.
É como gritar para dentro
de um poço que engole o som,
como ter sede no deserto
e esquecer onde fica o dom.
Não é falta de amor à escrita,
nem ausência de sentimento.
É só o corpo da inspiração
de luto por algum pensamento.
Mas eu espero. Porque eu sei:
até o silêncio se arrepende.
E um dia a palavra volta,
feito rio que nunca se rende.
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