Bloqueio criativo literário

Ester Araújo

As ideias dormem no alto da mente,

mas a escada, hoje, está quebrada.

A caneta espera… paciente,

num papel de alma apagada.

 

O vento já trouxe tantas canções,

mas agora só sopra ausente.

E eu fico aqui, colhendo nadas,

tentando dar flor ao que não sente.

 

É como gritar para dentro

de um poço que engole o som,

como ter sede no deserto

e esquecer onde fica o dom.

 

Não é falta de amor à escrita,

nem ausência de sentimento.

É só o corpo da inspiração

de luto por algum pensamento.

 

Mas eu espero. Porque eu sei:

até o silêncio se arrepende.

E um dia a palavra volta,

feito rio que nunca se rende. 

  • Autor: Esterlar (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de outubro de 2025 19:33
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3
  • Usuários favoritos deste poema: SADE


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.