O Fio e o Abismo
Há dias em que respiro por costume,
não por vontade.
A vida pesa nos ombros como um nome
que já não me cabe.
Carrego correntes invisíveis —
feitas de lembranças, medos e rostos.
Cada elo é um motivo pra ficar,
e um motivo pra querer ir embora.
Às vezes, penso que viver
é apenas adiar o silêncio.
Mas então algo pequeno —
um olhar, uma palavra, um toque —
sussurra que ainda há sentido.
E fico.
Fico entre o querer partir e o não saber chegar,
entre o impulso do fim
e a teimosia do recomeço.
Sou ponte entre dois mundos:
um que me chama em paz,
e outro que insiste em pulsar em mim.
-
Autor:
SADE (
Offline) - Publicado: 16 de outubro de 2025 11:12
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 39
- Usuários favoritos deste poema: SaseumiH, Arthur Santos, LidyaMorgan

Offline)
Comentários2
Céus! morreria nestes versos... como eles abraçam!
Existe uma graça que se renova todos os dias.
Eu senti cada palavra como se elas fossem eu mesma!
E que você viva, viva e exista a casa dia para trazer mais versos e poemas que tanto inspiram. Abraços.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.