O Fio e o Abismo
Há dias em que respiro por costume,
não por vontade.
A vida pesa nos ombros como um nome
que já não me cabe.
Carrego correntes invisíveis —
feitas de lembranças, medos e rostos.
Cada elo é um motivo pra ficar,
e um motivo pra querer ir embora.
Às vezes, penso que viver
é apenas adiar o silêncio.
Mas então algo pequeno —
um olhar, uma palavra, um toque —
sussurra que ainda há sentido.
E fico.
Fico entre o querer partir e o não saber chegar,
entre o impulso do fim
e a teimosia do recomeço.
Sou ponte entre dois mundos:
um que me chama em paz,
e outro que insiste em pulsar em mim.
Comentários2
Céus! morreria nestes versos... como eles abraçam!
Existe uma graça que se renova todos os dias.
Eu senti cada palavra como se elas fossem eu mesma!
E que você viva, viva e exista a casa dia para trazer mais versos e poemas que tanto inspiram. Abraços.
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