O Fio e o Abismo
Há dias em que respiro por costume,
não por vontade.
A vida pesa nos ombros como um nome
que já não me cabe.
Carrego correntes invisíveis —
feitas de lembranças, medos e rostos.
Cada elo é um motivo pra ficar,
e um motivo pra querer ir embora.
Às vezes, penso que viver
é apenas adiar o silêncio.
Mas então algo pequeno —
um olhar, uma palavra, um toque —
sussurra que ainda há sentido.
E fico.
Fico entre o querer partir e o não saber chegar,
entre o impulso do fim
e a teimosia do recomeço.
Sou ponte entre dois mundos:
um que me chama em paz,
e outro que insiste em pulsar em mim.
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Autor:
SADE (
Offline) - Publicado: 16 de outubro de 2025 11:12
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 21
- Usuários favoritos deste poema: SaseumiH, Arthur Santos

Offline)
Comentários2
Céus! morreria nestes versos... como eles abraçam!
Existe uma graça que se renova todos os dias.
Eu senti cada palavra como se elas fossem eu mesma!
E que você viva, viva e exista a casa dia para trazer mais versos e poemas que tanto inspiram. Abraços.
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