O Vaso, o Gozo, a Chama

Versos Discretos

Teus seios, são a pulsação da campina:
Duas piras de fogo insano, ardendo.
São o nó que aperta, o pecado na languidez mais profana,
A nervura viva que a pele está a render.

Quando os vejo, soltos e mal contidos no tecido,
Visualizo a sensualidade que de ti irrompe e se espalha,
E os poemas mais ardentes se escrevem nos teus decotes,
Um suave delinear que o corpo nu jamais calha.

Neste vaso de prazer onde a vida transborda,
Eu me deleito, explorando a beleza que a natureza te deu.
A sensibilidade aflora em cada toque que a pele acorda,
Fazendo brotar o desejo mais fundo, que em ti se perdeu.

Ele vem e queima com uma força que nada retém.
Com seus bicos entre meus dedos, clamo por teus beijos,
Que saciam nossa sede, devolvendo a alegria que nos convém.
Para amar-te intensamente, sabendo que em teu corpo me vejo.

Teus seios são o início, o centro e a eternidade do gozo,
O prazer que deflora e invade todo o meu pensar.
Pensamentos obscenos, excitados, fugazes...
Em ti, encontro o puro prazer de querer amar.

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Comentários2

  • Wesley Cordeiro

    Belo

  • Melancolia...

    Um poema que exala desejo, com um lirismo que transita entre o erótico e o contemplativo. A forma como você descreve os seios — não apenas como parte do corpo, mas como símbolo de prazer, beleza e inspiração — transforma o erotismo em arte. A linguagem é intensa, quase visceral, mas ainda assim poética, o que equilibra o explícito com o sensível. Há algo de sagrado no profano que você apresenta aqui, como se o corpo fosse um templo onde o amor e o desejo se encontram sem culpa, apenas com entrega. Um poema ousado, mas sem vulgaridade — profundamente humano.

    • Versos Discretos

      Obrigado amigo. Captou o sentido expresso.



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