Eu amo os dias de chuva.
há um silêncio neles que fala.
como se o céu,
num suspiro lento,
desabasse tudo o que não cabe mais.
Tem dias
em que a chuva pesa —
e cai não só do alto,
mas também de dentro.
são dias em que o coração transborda
e se confunde
com as lágrimas que ninguém vê.
Mas há outros dias
em que ela dança.
leve, fria,
uma gota por vez tocando a pele
como quem acorda um sentimento esquecido.
um arrepio —
não de frio,
mas de lembrança.
E eu fico ali,
me deixando molhar
como quem, por um instante,
se reconcilia com a própria tristeza.

Offline)
Comentários1
Ficou magnifica, não uma lei, mas uma vontade que de dentro nos sufoca.
Bravíssimos, vos ler e igual ao néctar tirado das flores, só nos da prazer.
Ficar bem.
JT
Que bonito ler você, JT.
Suas palavras chegaram como brisa depois da chuva.
Obrigado por sentir junto. ???
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