“A Consequência da Constância Constante.”
Dizia minha mãe: tudo demais é sobra.
Neste caso, tudo demais é falta.
Falta de força, de equilíbrio; excesso de controle que desgasta.
Cansaço mental que, como disse eu, se transforma, consequentemente, em cansaço físico.
Nós, seres humanos, não nascemos apenas para morrer.
Nascemos reféns de mentes — da nossa e da dos outros — e esse é um peso carregado sem escolha.
Não há como fugir disso por muito tempo. Uma hora, todos têm que enfrentar.
Poucas pessoas falam do quanto é difícil viver sob essa exigência de constância sem fim.
Eu cresci vendo minha mãe sustentá-la.
Mas, depois dos 30, tudo para ela se desgastou.
Ela se cansou de ter que ser forte o tempo todo, de manter a casa de pé.
Tudo se tornou cru e superficial. O que ela deixou de viver?
Escrevendo aqui, percebo onde quero chegar:
Não precisamos ser constantes em tudo, o tempo inteiro.
Somos humanos, não máquinas.
Chorar faz bem. E faz ainda melhor abrir mão da rigidez e viver mais para si.
É isso que permanece.
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Autor:
Brunna Keila (
Offline)
- Publicado: 3 de outubro de 2025 16:01
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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