Brunna Keila

A Consequência da Constância Constante.

“A Consequência da Constância Constante.”

Dizia minha mãe: tudo demais é sobra.

Neste caso, tudo demais é falta.

Falta de força, de equilíbrio; excesso de controle que desgasta.

Cansaço mental que, como disse eu, se transforma, consequentemente, em cansaço físico.

Nós, seres humanos, não nascemos apenas para morrer.

Nascemos reféns de mentes — da nossa e da dos outros — e esse é um peso carregado sem escolha.

Não há como fugir disso por muito tempo. Uma hora, todos têm que enfrentar.

Poucas pessoas falam do quanto é difícil viver sob essa exigência de constância sem fim.

Eu cresci vendo minha mãe sustentá-la.

Mas, depois dos 30, tudo para ela se desgastou.

Ela se cansou de ter que ser forte o tempo todo, de manter a casa de pé.

Tudo se tornou cru e superficial. O que ela deixou de viver?

Escrevendo aqui, percebo onde quero chegar:

Não precisamos ser constantes em tudo, o tempo inteiro.

Somos humanos, não máquinas.

Chorar faz bem. E faz ainda melhor abrir mão da rigidez e viver mais para si.

É isso que permanece.