Entro no mesmo espaço,
olhos atentos, mãos cansadas.
Risco, marco, confiro,
e o que julguei concluído
renasce em falhas multiplicadas.
É como costurar tecido gasto,
cada ponto que fecho,
abre outro ao lado.
O tempo me cobra,
o prazo me engole,
e eu corro atrás do inalcançável.
Minha alma queria ferro e concreto,
o nascer de uma obra,
a força da fundação.
Mas me prendo nesse círculo,
nesse labirinto sem saída,
onde cada parede erguida
se revela ainda em ruína.
E sigo, checklist em mãos,
mesmo sabendo que a lista
nunca termina.
-
Autor:
SDafny (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 26 de setembro de 2025 09:00
- Comentário do autor sobre o poema: Esse poema nasceu de um desabafo real, de estar presa em um trabalho que nunca se encerra, por mais esforço que se faça. O Loop de Checklist não fala só de paredes e obras, mas também da sensação de correr atrás de algo inalcançável, de revisar, corrigir, e ainda assim sentir que nunca é o suficiente. É a metáfora de um ciclo que drena energia, enquanto o coração gostaria de estar em outro lugar, criando e construindo do zero. Mais do que sobre engenharia, é sobre a exaustão de repetir passos que não levam ao fim e a coragem de assumir esse sentimento.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.