Entro no mesmo espaço,
olhos atentos, mãos cansadas.
Risco, marco, confiro,
e o que julguei concluído
renasce em falhas multiplicadas.
É como costurar tecido gasto,
cada ponto que fecho,
abre outro ao lado.
O tempo me cobra,
o prazo me engole,
e eu corro atrás do inalcançável.
Minha alma queria ferro e concreto,
o nascer de uma obra,
a força da fundação.
Mas me prendo nesse círculo,
nesse labirinto sem saída,
onde cada parede erguida
se revela ainda em ruína.
E sigo, checklist em mãos,
mesmo sabendo que a lista
nunca termina.