Solidão

Versos Discretos

Ó jardim outrora fecundo, onde minha língua colhia
as pérolas translúcidas do teu gozo,
resta-me agora o vaso de alabastro ressequido,
flor abandonada ao vento da ausência.

Teus seios, outrora cálices cheios de licor ardente,
são lembrados como taças quebradas em banquete findo;
e meu falo, que outrora dançava no festim da tua vulva,
agora se ergue em solidão, banhado em orvalho lúbrico.

Eis-me, náufrago em leito deserto,
beijando o fantasma dos teus lábios púbicos,
invocando o perfume que se dissipou no ar —
como incenso profano num altar abandonado.

  • Autor: Versos Discretos (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de setembro de 2025 10:58
  • Categoria: Erótico
  • Visualizações: 24
  • Usuários favoritos deste poema: Aira Lirien


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