Ó jardim outrora fecundo, onde minha língua colhia
as pérolas translúcidas do teu gozo,
resta-me agora o vaso de alabastro ressequido,
flor abandonada ao vento da ausência.
Teus seios, outrora cálices cheios de licor ardente,
são lembrados como taças quebradas em banquete findo;
e meu falo, que outrora dançava no festim da tua vulva,
agora se ergue em solidão, banhado em orvalho lúbrico.
Eis-me, náufrago em leito deserto,
beijando o fantasma dos teus lábios púbicos,
invocando o perfume que se dissipou no ar —
como incenso profano num altar abandonado.
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Autor:
Versos Discretos (
Offline)
- Publicado: 20 de setembro de 2025 10:58
- Categoria: Erótico
- Visualizações: 12
- Usuários favoritos deste poema: JT., Aira Lirien
Comentários1
Vigi, santa.
Eu pensei que sabia, mas tenho que tirar o meu chapéu, para o venerável poeta.
Ficou porreta.
Bravos.
JT
JT. obrigado amigo;
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