Cuidado e perdão, aviso ao vento —
melhor sentir-se menos querido
do que se agarrar ao silêncio da solidão.
É cruel, eu sei, essa matemática do peito.
Há um buraco que ninguém preenche,
um medo antigo de tudo perder:
esperamos mensagens como sinais do mundo,
fazendo do instante um peso que parece eterno.
Choramos como se fosse o fim,
voltamos à dor que não cabe no corpo,
cada lágrima um mapa de antigos fins.
E eu queria dizer: há saída, há gesto.
Procuro todo dia uma fresta, um passo,
um modo de achar-me antes de sucumbir;
não sei ensinar o caminho todo — só sei seguir,
um rastro de cuidado, perdão e respirar.
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Autor:
Yves de Sá (
Offline)
- Publicado: 19 de setembro de 2025 00:49
- Categoria: Perdão
- Visualizações: 4
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