Sabiá mente, sabiamente

Antonio Luiz

escrevi uma carta de laranjeira, em flor

abduzi a madrugada com letras matinais

destilei lágrimas em hora só de orvalhos

imprimi ali o meu pecado mais aromático

 

o papel suspirou impregnado de cítricos

a noite partiu cabisbaixa, sem um adeus

e o sol me observou apenas de esguelha

como a quem maculava o ar puro do dia

 

mas a missiva nunca partiu em correios

deixei-a maturando na boca dos ventos

e quiçá um sabiá, exilado em seu canto,

a decifre distraído em notas bem sutis

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 11/09/25 –

  • Autor: Antonio Luiz (Offline Offline)
  • Publicado: 11 de setembro de 2025 10:04
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 2


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