Deusa que te insinuas para mim,
Com esse corpo velado por véu fino púrpura.
Meus olhos seguem cada movimento das tuas ancas,
Como uma raposa que observa uma codorniz.
Atrais-me com o teu cantar de ouro;
Teus lábios grossos e gulosos abrem-se para mostrar um sorriso matreiro.
“Vem até mim, ó homem sedento de amor” — dizes tu com voz de seda,
E eu, de falo duro de desejo, sigo as tuas palavras com sede da tua saliva.
Dispo-me a cada passo;
Quando me aproximo de ti, estou despido de tudo, menos de desejo.
Unidos num só, fazemos amor durante horas;
Nada existe à nossa volta senão o prazer daquele momento.
Subitamente, abres o meu peito,
E o meu coração devoras com erotismo.
Eu, agora sem sangue, olho para o céu, chocado.
Estou pálido e frio.
Numa hora tive o teu calor e prazer;
Agora estou frio, prestes a morrer.
-
Autor:
Paulo de Tarshish (
Offline)
- Publicado: 10 de setembro de 2025 12:07
- Comentário do autor sobre o poema: A Fortuna, ou Sorte, é uma deusa cruel.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 6
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.