Pedro Trajano de Araujo

A Espera

Como areias do tempo que escorrem em meio aos dedos, não com a presa de ver o tempo passar, mas com a esperança de perceber os dias chegarem.

 

Como as ondas impetuosas do mar que se chocam contra os rochedos dia após noite, não com o intuito de destrui-los, mas na esperança de novos caminhos se abrirem.

 

Como o ferreiro que incansavelmente martelo o ferro, não para quebra-lo, mas na esperança de uma espada forjar.

 

Assim sou eu um filho querendo ser pai, não para deixar de ser filho, mas a espera da paternidade chegar.

 

A espera que me faz acreditar que a minha filha está sendo gerada, não no ventre da minha amada Cláudia, mas sabendo que Deus colocou a semente em um lugar mais nobre, o coração.

 

Os vagões no qual entrei neste fascinante trem que é a vida, as estações nas quais vivi, em algumas porque desci, em outras porque não fotografei, mas foram elas que me trouxeram até aqui, a “estação” ser pai, e seguirei neste trem em acento de três, ocupados.

 

 

  • Autor: Trajano (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de Agosto de 2020 19:54
  • Comentário do autor sobre o poema: A Espera Poema escrito sobre a espera da chegada da minha filha adotiva Escrito dia 09 de agosto de 2020 (Dia dos pais)
  • Categoria: Família
  • Visualizações: 31

Comentários2

  • Hébron

    Linda história!
    Tocante seu poema!
    Parabéns pela conquista dessa paternidade. É uma benção!
    Abraço

  • lucita

    Belíssima homenagem à sua família: esposa e filhinha!
    Parabéns!



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