Como areias do tempo que escorrem em meio aos dedos, não com a presa de ver o tempo passar, mas com a esperança de perceber os dias chegarem.
Como as ondas impetuosas do mar que se chocam contra os rochedos dia após noite, não com o intuito de destrui-los, mas na esperança de novos caminhos se abrirem.
Como o ferreiro que incansavelmente martelo o ferro, não para quebra-lo, mas na esperança de uma espada forjar.
Assim sou eu um filho querendo ser pai, não para deixar de ser filho, mas a espera da paternidade chegar.
A espera que me faz acreditar que a minha filha está sendo gerada, não no ventre da minha amada Cláudia, mas sabendo que Deus colocou a semente em um lugar mais nobre, o coração.
Os vagões no qual entrei neste fascinante trem que é a vida, as estações nas quais vivi, em algumas porque desci, em outras porque não fotografei, mas foram elas que me trouxeram até aqui, a “estação” ser pai, e seguirei neste trem em acento de três, ocupados.