Ao longe, as ondas do mar me chamam,
Um chamado calmo,
tranquilo e harmonioso, como o canto de um passarinho.
A água salgada molha meus pés,
limpando minhas feridas,
limpando minha alma.
O vento sopra meus cachos rebeldes.
Sinto-me livre, sinto-me humana.
Procuro conchinhas na beira do mar,
conchinhas que antes tinham dono.
A areia entre meus dedos faz cócegas;
ela é teimosa, insiste em ficar.
É como um amor que nunca vai embora;
mesmo quando pensamos estar livres,
um grãozinho permance, lembrando-nos de que ainda existe…
Enquanto lavo meu cabelo do sal do mar,
tiro de mim cada gotinha de um dia feliz,
lembro que não será a última vez que voltarei aqui.
Quando lavo meu corpo dos vistígios do mar,
aproveito cada brisa que ainda vem das águas,
o cheiro de um lugar de lembranças.
Vou-me embora do lugar ao qual pertenço,
enquanto carrego minhas chinelas sujas
de Areia De Praia.
(Lilith)
05/09/25
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