Mary Ferreira

Areia De Praia (edição revisada)

Ao longe, as ondas do mar me chamam,

Um chamado calmo,

tranquilo e harmonioso, como o canto de um passarinho.

A água salgada molha meus pés,

limpando minhas feridas,

limpando minha alma.

 

O vento sopra meus cachos rebeldes.

Sinto-me livre, sinto-me humana.

Procuro conchinhas na beira do mar,

conchinhas que antes tinham dono.

 

A areia entre meus dedos faz cócegas;

ela é teimosa, insiste em ficar.

É como um amor que nunca vai embora;

mesmo quando pensamos estar livres,

um grãozinho permance, lembrando-nos de que ainda existe…

 

Enquanto lavo meu cabelo do sal do mar,

tiro de mim cada gotinha de um dia feliz,

lembro que não será a última vez que voltarei aqui.

 

Quando lavo meu corpo dos vistígios do mar,

aproveito cada brisa que ainda vem das águas,

o cheiro de um lugar de lembranças.

Vou-me embora do lugar ao qual pertenço,

enquanto carrego minhas chinelas sujas

de Areia De Praia.

(Lilith)

05/09/25