Em ruas vazias sigo passos que se afastam, distanciando-me de mim em cada passada. Busco olhares que evitam os meus, e falo um nome que soa em silêncio. Os passos que dou são um ritual como uma dança sem coreografia e sem ritmo.
Os olhos que busco são como um espelho refletindo a ausência que permanece igual concreto. Falo o nome que já não é mais popular, uma pergunta ao vento, sem resposta.
Mas ainda assim, eu falo, como se esperasse que alguém ouvisse, talvez seja a busca por algo perdido, um pedaço de mim que ficou para trás. Talvez seja a esperança de reencontrar, o que nunca foi meu.
Os passos continuam a se distanciar, os olhos continuam a desviar, e eu continuo a falar o nome que nunca responde.
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Autor:
Aira Lirien (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 4 de setembro de 2025 10:48
- Categoria: Triste
- Visualizações: 35
- Usuários favoritos deste poema: Versos Discretos

Offline)
Comentários1
Seu poema é um sussurro melancólico que transforma ausência em presença poética.
Cada verso carrega um peso delicado, como se a solidão dançasse em silêncio dentro das palavras.
Obrigada pela admiração, eu vejo pelas suas palavras o meu dom de trazer beleza ao sofrimento, arte para a dor, trilha sonora para o silêncio, paz no tormento e sabor naquilo que vejo ter nos outros e não destinado para mim..... É isso que tem os meus poemas.
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