Em ruas vazias sigo passos que se afastam, distanciando-me de mim em cada passada. Busco olhares que evitam os meus, e falo um nome que soa em silêncio. Os passos que dou são um ritual como uma dança sem coreografia e sem ritmo.
Os olhos que busco são como um espelho refletindo a ausência que permanece igual concreto. Falo o nome que já não é mais popular, uma pergunta ao vento, sem resposta.
Mas ainda assim, eu falo, como se esperasse que alguém ouvisse, talvez seja a busca por algo perdido, um pedaço de mim que ficou para trás. Talvez seja a esperança de reencontrar, o que nunca foi meu.
Os passos continuam a se distanciar, os olhos continuam a desviar, e eu continuo a falar o nome que nunca responde.