Tanta bala
e ele ainda tão novo
e o pior
que não para em poucas polegadas a sua potência
pode ser alterada
e com adjetivo enfurecido
Há tanta fome
com pouca merenda
mas esse dragão se alimenta de cédulas, números,
valores e tantos nomes a vangloriar
Soldado, manda minha máquina desmontada!
Que, chegando, é fácil montar
manda mais mil!
Que rápido montaremos
que para tanta bala não faltará
gatilhos e dedos invencíveis
a torturar!
Mãe, manda mais lágrimas
para colocar no patuá da sorte
antes da morte chegar
É tanta promessa fúnebre
até a altura das nuvens
não vai evaporar
Qual é o atual percurso?
Quem desvendará?
Quem aniquila já morreu primeiro
no livro da vida
não espere constar.
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Autor:
CORASSIS (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 3 de setembro de 2025 17:38
- Comentário do autor sobre o poema: Imagem de Wälz por Pixabay
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
Comentários2
Poema incisivamente contundente, aliado a uma força imagética que me chega os as olhos como crítica à opressão e à crueldade humana. Há nele uma certa musicalidade implícita que me encantou. Parabéns, poeta e companheiro Corassis. Um texto acima da média do comumente aqui exposto
Texto intenso denunciando a violência e crueldade humanas com fortes imagens poéticas. Está muito expressivo e nos coloca a refletir sobre a realidade em nosso mundo. Parabéns ao mestre poeta!!!
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