Promessa fúnebre

CORASSIS



Tanta bala
e ele ainda tão novo
e o pior
que não para em poucas polegadas a sua potência
pode ser alterada
e com adjetivo enfurecido

Há tanta fome
com pouca merenda
mas esse dragão se alimenta de cédulas, números, 
valores e tantos nomes a vangloriar

Soldado, manda minha máquina desmontada!
Que, chegando, é fácil montar
manda mais mil!
Que rápido montaremos
que para tanta bala não faltará  
gatilhos e dedos invencíveis
a torturar!

Mãe, manda mais lágrimas
para colocar no patuá da sorte
antes da morte chegar

É tanta promessa fúnebre
até a altura das nuvens
não vai evaporar

Qual é o atual percurso?
Quem desvendará?
Quem aniquila já morreu primeiro
no livro da vida
não espere constar.

  • Autor: CORASSIS (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de setembro de 2025 17:38
  • Comentário do autor sobre o poema: Imagem de Wälz por Pixabay
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7
Comentários +

Comentários2

  • joaquim cesario de mello

    Poema incisivamente contundente, aliado a uma força imagética que me chega os as olhos como crítica à opressão e à crueldade humana. Há nele uma certa musicalidade implícita que me encantou. Parabéns, poeta e companheiro Corassis. Um texto acima da média do comumente aqui exposto

  • Maria Ventania

    Texto intenso denunciando a violência e crueldade humanas com fortes imagens poéticas. Está muito expressivo e nos coloca a refletir sobre a realidade em nosso mundo. Parabéns ao mestre poeta!!!



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.