Ecos do Infinito

Minha Caixa de Pandora

Escrevo com pressa,
antes que a faísca evapore,
como quem tenta capturar o vento
num frasco de vidro e memória.

Há um céu dentro de mim,
feito de palavras que querem voar.
Sou pássaro e poeta —
tenho pressa, mas não medo.

Cada verso é um salto no escuro,
um risco de luz na pele da noite.
Escrevo para lembrar que existo,
para tocar o intocável com a ponta dos dedos.

O tempo me observa em silêncio,
mas não me espera.
Então eu corro —
não para fugir,
mas para alcançar o que ainda não sei nomear.

Há tempestades que me habitam,
mas também há calmarias.
Sou feita de paradoxos:
leve como brisa,
intensa como maré.

E se um dia minhas palavras se perderem,
que ao menos ecoem no infinito
como quem sussurra ao universo:
“eu fui, eu senti, eu escrevi.”

  • Autor: Medusa (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de setembro de 2025 17:04
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi como quem sabe que nem toda emoção cabe em palavras — mas ainda assim tenta. Este poema é sobre o impulso criativo que nos atravessa, sobre a coragem de escrever mesmo sem saber o destino dos versos. É também sobre aceitar que há um céu dentro de nós, e que algumas tempestades são só o prelúdio da luz. Se você já sentiu que precisava escrever para não desaparecer, se já tentou guardar o instante num frasco de memória, este poema é seu. Que ele ecoe em você como ecoa em mim: livre, verdadeiro, infinito.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 2


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