Borboleta amarela

Gvixlun

A dor que eu carregava era insuportável,

rasgava-me a alma, delirava meus dias,

dilacerava minha existência,

deixava-me sem ar.

 

Sufocada em minhas próprias lágrimas,

súplicava em silêncio:

“leva-me, se for capaz.”

 

Sem coragem de partir,

com medo do inexistente,

decidi ficar.

Pensei em viver,

ainda que temesse

o próprio medo de morrer.

 

Angústia,

remédios na mesa,

talvez não fossem demais.

 

Mas tudo o que eu queria

era que a dor sumisse,

explodisse,

se transformasse em alegria,

essa que ainda não sei reconhecer.

 

E, mesmo assim,

eu escolhi viver.

 

Porque um dia,

hei de ser feliz,

borboleta amarela

a voar por aí.

 

 

  • Autor: Gvix (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de setembro de 2025 00:34
  • Comentário do autor sobre o poema: Desabafo pessoal.
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 2


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