Já é tempo para vir com o primeiro ato. E já! Sem mais delongas ou sem rodopios
Cabe a quem dar o primeiro passo, se com estas mãos de vento reluto em dar caminho?
Passa-se a nuvem pelo céu que se enreda, o raio de sol que trespassa pela aguda janela
Da mente dolorida jorra a grotesca matéria, que de vez em vez, rara talvez, uma cena se expressa.
Estava impaciente, o tempo logo rugiu, e o inverno tomou parte no pesar da cabeça
“Traga-me um cigarro.” Gritou o homem baixo, “traga-me o drama antes que me esqueça.”
Tão vil sou de amor, quanto o pudor de vã arte, sedento de nada, como o sol morno que parte
A prisão das prisões, sem paredes, cruel cárcere, uma fagulha de luz, já um grande contraste.
Lá criam-se os personagens, como criam-se os medos, estes meus amigos fiéis
São os mesmos dramaturgos como você e eu, que perambulam e vivem em um mundo de revés
Todos os meus maiores amores e os meus maiores desastres, só existiram em minha instável mente
Se são contos ternos de fadas ou se são a mais pura lavagem, somente de quem os lê depende.
-
Autor:
marsel serrao (
Offline)
- Publicado: 2 de setembro de 2025 19:41
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 1
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.