Poeira.

Melancolia...

Em um dia sem nome, onde as sombras se derretem,
Os passos se esticam, cansados de ser linha reta,
A vida acontece em pedaços soltos de momentos,
E cada um deles é como a pétala que voa ao vento.

 

A noite não é mais escura, mas um manto de silêncio,
Onde as estrelas, distantes, têm algo a dizer,
Mas quem ouve? Quem escuta o sussurro dos milagreiros?
Nos seus olhos, o sonho é apenas uma palavra esquecida.

 

Entre os dedos, o tempo se dissolve em grãos de areia,
E, no entanto, existe algo ali, algo que é feito de alma
E de risco – o risco de viver sem a certeza da morte.
Somos todos pássaros, mesmo que com asas quebradas.

 

E no fim, quem somos, senão poeira que se reinventa,
Rostos que se cruzam, que se reconhecem em um gesto,
E a estrada nunca é reta, nunca é apenas um caminho:
É a arte de caminhar, mesmo quando os pés não sabem para onde vã

Comentários +

Comentários4

  • Vitória Pac

    Lindo poema!
    Abraços//

    • Melancolia...

      gratidão querida Vcjp...
      Abraços poeticos e obrigado pela leitura..

    • Rosangela Rodrigues de Oliveira

      Seu poema disse tudo. Muito lindo. Parabéns poeta. Boa tarde.

      • Melancolia...

        Satisfação por sua leitura e comentario.

      • JT.

        Eita, ficou porreta, bravos.
        Assim tem que se respeitar.
        Parabéns por nos brindar.
        Tenha uma boa segunda feira.
        JT

        • Melancolia...

          Gratidão meu amigo...
          Satisfação por tua presença aqui...

        • MAYK52

          Talvez, o teu melhor poema, amigo Melancolia.
          Palavras bem delineadas, definindo com rara beleza, a essência do ser humano, na sua caminhada na estrada da vida.

          Aplausos!

          Abraço fraterno.

          • Melancolia...

            Beleza mesmo, foi este teu lindo comentário...
            Lisonjeado sou eu...

            Abraços poéticos....



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