Em um dia sem nome, onde as sombras se derretem,
Os passos se esticam, cansados de ser linha reta,
A vida acontece em pedaços soltos de momentos,
E cada um deles é como a pétala que voa ao vento.
A noite não é mais escura, mas um manto de silêncio,
Onde as estrelas, distantes, têm algo a dizer,
Mas quem ouve? Quem escuta o sussurro dos milagreiros?
Nos seus olhos, o sonho é apenas uma palavra esquecida.
Entre os dedos, o tempo se dissolve em grãos de areia,
E, no entanto, existe algo ali, algo que é feito de alma
E de risco – o risco de viver sem a certeza da morte.
Somos todos pássaros, mesmo que com asas quebradas.
E no fim, quem somos, senão poeira que se reinventa,
Rostos que se cruzam, que se reconhecem em um gesto,
E a estrada nunca é reta, nunca é apenas um caminho:
É a arte de caminhar, mesmo quando os pés não sabem para onde vã