A Cor que Me Define

Mozahinter Alves Vieira

A cor da minha pele é forte,
é raiz de tradição,
herdei da minha mãe negra
a garra do coração,
da minha avó indígena
o respeito à criação.

Preto não é só um tom,
é paleta de verdade,
do retinto ao mais moreno,
cada cor tem identidade,
todas trazem resistência,
todas trazem liberdade.

Assumir ser preto é força,
é coragem, é poder,
é dizer com voz inteira:
“essa cor é meu viver!”
Não me apago, não me escondo,
sou quem quero, sem temer.

Minha pele conta histórias
de dor, luta e superação,
de um povo que foi ferido,
mas não perdeu a direção,
que construiu resistência
na batida do coração.

Ser preto é não ter limite,
é ser voz, é ser canção,
é ser ponte e ser memória,
é raiz da nossa nação.
Preto é luz que não se apaga,
preto é vida em expansão.

Sou herança da luta antiga,
que o cativeiro não calou,
sou quilombo, sou liberdade,
sou o grito que ecoou.
Preto é cor que não se rende,
preto é povo que lutou.

  • Autor: Mozahinter Vieira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 1 de setembro de 2025 10:54
  • Comentário do autor sobre o poema: Este poema é uma celebração da minha identidade e da minha história. Sinto orgulho profundo de ser negro, de carregar na pele e no coração a força da minha mãe, que é negra, e a sabedoria da minha avó, que é indígena. Cada verso reflete não apenas a minha trajetória, mas também a história de um povo que resistiu, que construiu liberdade e que segue lutando para afirmar sua existência. Para mim, assumir minhas raízes é um ato de coragem e amor-próprio. É reconhecer que minha cor e minha origem não são apenas um detalhe, mas a essência que me define. É lutar pelo direito de ser quem sou, de honrar minha ancestralidade e de inspirar outros a se orgulharem de suas histórias e de suas raças. Ser negro e indígena é carregar a memória, a luta e a resistência de todos que vieram antes de nós, e transformá-la em força para continuar vivendo e avançando com dignidade e orgulho.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 4
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