A cor da minha pele é forte,
é raiz de tradição,
herdei da minha mãe negra
a garra do coração,
da minha avó indígena
o respeito à criação.
Preto não é só um tom,
é paleta de verdade,
do retinto ao mais moreno,
cada cor tem identidade,
todas trazem resistência,
todas trazem liberdade.
Assumir ser preto é força,
é coragem, é poder,
é dizer com voz inteira:
“essa cor é meu viver!”
Não me apago, não me escondo,
sou quem quero, sem temer.
Minha pele conta histórias
de dor, luta e superação,
de um povo que foi ferido,
mas não perdeu a direção,
que construiu resistência
na batida do coração.
Ser preto é não ter limite,
é ser voz, é ser canção,
é ser ponte e ser memória,
é raiz da nossa nação.
Preto é luz que não se apaga,
preto é vida em expansão.
Sou herança da luta antiga,
que o cativeiro não calou,
sou quilombo, sou liberdade,
sou o grito que ecoou.
Preto é cor que não se rende,
preto é povo que lutou.