Confesso:
já considerei fugir no meio da segunda temporada.
A trama era ruim,
os personagens tomavam decisões questionáveis
e o roteiro parecia escrito por um estagiário entediado.
Mas ele estava lá —
com aquela cara concentrada demais
pra algo que mal fazia sentido.
E segurava minha mão
como se o final valesse a pena.
Amar, talvez,
seja exatamente isso:
ficar no sofá mesmo com dor nas costas,
dividir o cobertor furado,
reclamar do episódio e ainda assim
querer mais um.
Às vezes penso
que o coração é uma televisão antiga —
daquelas que só funcionam direito
quando a gente bate do lado.
E o amor?
O amor é aquela paciência bizarra
de quem topa assistir tudo de novo
só porque o outro dormiu nos melhores momentos.
Já duvidei do roteiro da vida,
já quis apertar "pular introdução"
em alguns relacionamentos.
Mas aprendi que o mais bonito
não é quando tudo empolga,
é quando alguém segura sua mão
no meio da pior cena
e sussurra:
"tô aqui — mesmo achando esse episódio péssimo."
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Autor:
Bulaxa Kebrada (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 31 de agosto de 2025 12:04
- Comentário do autor sobre o poema: Amar é tipo fazer maratona de série ruim com quem você gosta: às vezes dói, às vezes é entediante, mas você segue lá, porque o que importa é quem tá do seu lado no sofá. E no coração. Afinal, O Amor Provoca a dor Para se Tornar mais Forte...
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 20
- Usuários favoritos deste poema: Luana Santahelena, JT., Sezar Kosta
Comentários1
Tenho o habito de comentar, mas só os que leio e gosto e desse eu gostei,
Parabéns, por adoçar o meu paladar, com a sua obra.
Prazer poetisa.
Tenha um bom resto de Domingo.
JT
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